sábado, 29 de abril de 2023

Monsters of Rock – PARTE 1

 


Este blog é uma página pessoal sem fins lucrativos, é o espaço que eu utilizo para escrever pensamentos, inspirar reflexões e compartilhar informações relacionadas ao universo da música. Portanto, não tenho como prever o tamanho de um texto, menos ainda a intenção de inibir a minha disposição criativa de materializar algum assunto e a partir disso divulgar para as pessoas interessadas. Esclarecido esse ponto inicial, vamos ao que interessa: abordar, sob a ótica de um ser humano indistinguível na multidão, o que foi a edição brasileira do Monsters of Rock, ocorrida no dia 22 de abril de 2023. Com a lista de bandas definidas desde dezembro do último ano, o que prometia ser épico se cumpriu de forma esplendorosa, com shows maravilhosos e repleto de bastante entrega por parte dos músicos.



Os portões do Allianz Parque foram abertos pontualmente às 10h00, com o primeiro show previsto para iniciar às 11h30. Cheguei ao Estádio do Palmeiras (e da empresa WTorre por mais alguns anos) por volta das 11h00. Usei o transporte por aplicativo para chegar ao local e em menos de 30 minutos já estava nas redondezas do estádio. Portão “B” para aqueles que estavam munidos do ingresso para acesso à Pista Premium, encontrei algumas camadas de acesso para, de fato entrar no local. Para entrar no corredor fechado por gradis, mostrei o ingresso, depois segui para a checagem dos meus pertences e revista pessoal e por fim, a validação do meu ingresso junto à catraca e colocação da pulseira correspondente ao setor e também uma outra pulseira, aquela que permitia eu consumir bebida alcoólica (para maiores de 18 anos).



A primeira coisa que eu fiz foi lançar mão de um ativo gratuito de uma campanha patrocinada que concedia um copo de cerveja grátis. O aplicativo “Pede Pronto”, em parceria com a organização do evento, orientou a todos que fossem ao festival a ativar, via aplicativo, o direito a receber um copo grátis da cerveja Heineken. Foi a segunda vez que participei dessa campanha e comigo funcionou direitinho, mas sempre escuto relatos de pessoas que não conseguiram. Por via das dúvidas resolvi essa questão logo de cara, para evitar possíveis aborrecimentos. Em seguida, fui atrás do copo especial e oficial do festival, outro ativo que se tornou febre entre aqueles que gostam de levar uma lembrança do show para casa. Comprei os dois modelos disponíveis ao custo de R$ 25,00 cada. O relógio marcava 11h27 quando escutei o som combinado de instrumentos vindos do palco. Era o primeiro show se iniciando antes mesmo do horário previsto! Estava eu na Inglaterra?! Não! Mas que me senti importante e respeitado por aquela ação legal que deveria ser via de regra e não exceção, isso sim!

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DORO (Alemanha)



Eu não falei no line-up (fila de algo) propositalmente para que você que está lendo este texto não perca de vista a importância da logística da coisa toda. Pois bem, a cantora alemã Doro Pesch recebeu a missão de abrir oficialmente o festival Monsters of Rock 2023. Não estou familiarizado com as músicas dela, mas show ao vivo tem uma atmosfera que encanta sem fazer muito esforço e o fato de não conhecer o trabalho dela não interferiu em nada o meu entretenimento. Com uma banda de apoio bem calçada, guitarras carregadas de bom peso enraizados da década de 1980, a cantora de 58 anos soltou um vozeirão de deixar muito marmanjo metido a cantor “brabão” com as pregas vocais arrepiadas. Vou recorrer a uma pesquisa direcionada para obter o setlist do show que durou pouco mais de 40 minutos. Até aquele momento, a Pista Premium estava vazia, era possível se aproximar da grade de separa o acesso ao palco de maneira muito fácil. A Doro arriscou algumas palavras em português, fez um show muito de heavy metal competente e deixou o público em polvorosa quando, no final da apresentação, ergueu em punho uma bandeira do Brasil. É a receita para cativar um público não muito difícil de conquistar!



A base das músicas escolhidas foi da primeira banda que ela fez parte, Warlock, formada nos anos 80 e que teve as atividades encerradas no final dessa mesma década. O ponto alto do show foi a música “All We Are” essa cantada em boa parte com a ressonância do público presente. Para não ficar boiando por completo no show dela, na véspera, eu escutei na íntegra o álbum Rare Diamonds, de 1991, compilado de músicas do Warlock e da carreira solo da Doro, iniciada após a dissolução da banda. Foi isso que me deixou minimamente inteirado com o som dela. E gostei do que presenciei!

Setlist:

1. I Rule the Ruins (Warlock cover).

2. Earthshaker Rock (Warlock cover).

3. Burning the Witches (Warlock cover).

4. Flight for Rock (Warlock cover).

5. Raise Your Fist in the Air.

6. Metal Racer (Warlock cover).

7. Hellbound (Warlock cover).

8. Revenge.

9. All We Are (Warlock cover).

10. All for Metal.

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Symphony X (Estados Unidos)



A segunda atração do dia ficou a cargo do Symphony X, os mais “novinhos” do festival, tendo a banda sido formada em 1994 nos Estados Unidos. Metal progressivo de difícil assimilação, ainda mais no meu caso, que por desleixo, só tinha escutado algumas músicas dos caras horas antes do show. De qualquer forma, o peso do som ao vivo acaba entretendo pelos mais diversos motivos. Não sou o maior entendedor a respeito da parte técnica de show, mas não precisei de muito tempo para identificar um descompasso no som reverberado no estádio, muito alto e estridente, pelo menos para quem estava na Pista Premium. Cheguei a comentar com amigos que eu ficaria muito melhor estando à distância do Shopping West Plaza (localizado a algumas centenas de metros do local) para acomodar melhor os meus ouvidos para o show (claro que foi uma forma de exemplificar a evidente dissonância sonora produzida ali). À aquela altura, eu já estava na terceira dose em copo de 350ml da cerveja Heineken, quebrando um hiato de quase 40 dias sem ingerir bebida alcoólica.



A banda em si apresenta qualidade indiscutível, som em camadas e de difícil execução ao vivo, isso por si só já satisfaria um ser exigente. Entretanto, tamanha a complexidade do produto, cheio de detalhes e acabamentos que beiram a incompreensão, deixa boa parte do público disperso e promove, infelizmente, o caminho mais fácil: a preguiça em ouvir. Por mais que eu aceite bandas assim como desafios para aprender a atmosfera que habitam, tive dificuldades em me concentrar nesse show. Quem sabe em uma ocasião futura, caso eles retornem ao Brasil, eu esteja mais receptivo para o que eles tem a oferecer. Esse show começou pontualmente às 12h30 e terminou cerca de 45 minutos depois, entregando o palco conforme estipulado para a rápida montagem do equipamento da banda seguinte.

Setlist:

1. Nevermore.

2. Serpent’s Kiss.

3. Sea of Lies.

4. Without You.

5. Kiss of Fire.

6. Run With the Devil.

7. Set the World on Fire (The Lie of Lies).

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Candlemass (Suécia)



Eu já tinha ouvido falar em “doom metal”, mas erroneamente havia associado esse subgênero do heavy metal com algo pouco palatável, somado aos terríveis vocais de propulsão gutural (que eu detesto). Para minha surpresa, é um som carregado por instrumentos que emulam por espaço dentro da música, com predominância em solos de guitarra arrastados e de uma densidade bastante sombria. Influências desse resultado podem ser encontradas em fontes bastante conhecidas, como os primeiros álbuns do Black Sabbath. E a banda sueca Candlemass responde bem a essa definição, com músicas bem trabalhadas, com “viagens” agradáveis dentro de cada solo de guitarra, alicerçadas por um trabalho de base competente e um contrabaixo que atua como se estivesse em uma “praça de máquinas” de um grande navio cargueiro.



Vale destacar que o Candlemass entrou de última hora no line-up do evento, após o cancelamento da banda Saxon. Tanto que eles não tinham uma turnê planejada para este momento na América do Sul e o show na cidade de São Paulo foi a única apresentação no Brasil. Acessei as redes sociais da banda e fiquei bastante interessado na camiseta que eles colocaram à venda exclusivamente para o show, com o título “Monsters of Doom”, trocadilho com o nome do festival. Felizmente eu consegui comprar, mas o preço foi bem triste: R$ 150,00. O show durou cerca de 55 minutos, e terminou dentro do previsto, por volta, das 14h30. Não que seja algo desanimador, mas é desconexo uma banda não ter uma sintonia pretérita com boa parte do público, tendo pouco tempo ao longo do show para conquistar, mais pela competência do que qualquer outro tipo de ligação, a atenção ou mesmo admiração das pessoas. Mas eles conseguiram, fizeram um trabalho focado na perfeita execução instrumental e o resultado foi a efusiva salva de palmas a cada término de faixa. Uma curiosidade, enquanto escrevo este relato, coloquei para tocar as faixas de estúdio que foram executadas no show de ontem, e posso dizer que é um som bastante envolvente e, pasmem está difícil parar de escutar!

Setlist:

1. Mirror Mirror.

2. Bewitched.

3. Under the Oak.

4. Dark Are the Veils of Death.

5. Crystal Ball.

6. The Well of Souls.

7. A Sorcerer’s Pledge.

8. Solitude.

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Para não ficar uma postagem enorme, achei por bem dividir em duas partes, assim eu consigo jogar luz com brilho destacado nas primeiras bandas que se apresentaram no Monsters of Rock sem confrontar atenção com o que considero a melhor parte do cardápio, que são os clássicos do hard rock mundial (sem esquecer do heavy metal do Helloween que será a próxima banda dissecada pela minha humilde opinião). Um ponto nevrálgico nos grandes eventos é a questão do uso de sanitários e também da alimentação, não tive problema com nenhum deles, mas vi que as filas dos banheiros femininos eram mais longas e demoradas do que o fluxo dos sanitários masculinos, em que as filas eram rapidamente dissipadas. Quanto a alimentação, não tive nenhum contratempo para comprar cerveja, havia muitos vendedores ambulantes credenciados no local e os pontos de retirada de cerveja estavam bem agilizados.



Para finalizar e não menos importante daquilo que tentei expressar neste texto, recomendo que vocês escutem essas bandas, pesquisem a respeito delas, criem laços mínimos, só assim será possível sorver o que elas tem a oferecer. Um novo olhar sobre o campo criativo instrumental, onde músicos extremamente dedicados tentam, pelo prazer de realizar trabalhos que deixam lastros e acima de tudo, promover cultura para o nosso universo.

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Percepções, demoras e outras circunstâncias

Gosto de voltar ao passado, independente de ser o passado que eu respirei ou se é aquele que eu não conheci a partir da minha atual consciência. Igualmente divertido é voltar a um tempo bem anterior a isso, quando a música, vestida de um tal “rock”, ensaiava os primeiros passos rumo a algo tão grandioso que seria o embrião a me proporcionar felicidade. Estamos acostumados a ver o produto pronto, com a tela do Youtube “bombando” nas primeiras horas de lançamento de uma música ou álbum completo, com visualizações humanas e robóticas promovendo a novidade. Mas nem sempre chegar ao fim dessa etapa foi fácil, muitas bandas tiveram que percorrer longos caminhos (na maior parte dos casos estradas bem esburacadas) para conseguir o resultado final. 

Não existe definição em palavras para o que eu sinto, existe uma aproximação, seja pela ênfase empregada por termos de baixo calão (muita gente acredita que isso chama mais a atenção) ou mesmo por uma linha de explicação o mais coerente possível para algo que somente os sentidos podem sentir - meio óbvio). As linhas vão sendo escritas e o som que toca é de Johnny Winter, aquele ao vivo de 1970, onde ele faz o seu e dos outros (cover = imitação com todo cuidado e respeito que a obra original merece) de maneira que hipnotiza, nem sei quantas vezes já escutei as poucas seis faixas daquele show. A voz do meu coração é a consciência em parceria com as mãos, que traduzem em caracteres a melhor expressão que posso alcançar.

Não parei em Johnny Winter, nem sei como, saltei para Joe Bonamassa e fiquei envolvido intimamente com a música “When One Door Opens”. Não cabe a mim investir no exercício de definir essa música, mas posso indicar essa obra para que você escute. Não imponho regras no meu texto, só gostaria que você chegasse até o final deste capítulo, para que consiga me acompanhar nessa viagem de palavras soltas e somadas. Johnny Winter deixou sua obra para nós, eu mesmo o conheci através delas; quando ele partiu em 2014, eu nem sabia o meu verdadeiro propósito para gosto musical (era um gafanhoto iletrado em um universo de ruídos). Joe Bonamassa tem 45 anos neste instante em que escrevo, e isso me deixa contente, a chance de seguir acompanhando seus passos profissionais me alimenta de boas expectativas, afinal, é a primeira vez que conheço platonicamente uma lenda viva jovem.

Johnny Winter (foto: internet)

Johnny Winter com seu “Live at the Filmore East, New York, 1970”, me deixou atônito durante essa viagem de cinquenta anos atrás e quando eu sou devolvido à realidade de 2022 me deparo com o “Royal Tea”, obra de 2020 do Joe Bonamassa, que me deixou perdido entre passado clássico em preto e branco e passado recente em cores. Obras se conversam, cheguei a essa conclusão. O respeito por quem se inspira e o elixir emprestado de onde se originou a obra. Sempre achei que escovar os dentes e sorrir ao mesmo tempo fosse tarefa impossível de fazer simultaneamente, mas aí quando vejo Joe Bonamassa em solos primorosos extraídos de sua belíssima guitarra com a atenção reta para a linha vocal, me vejo num impasse difícil de ser diagnosticado (limitação assustadora da minha parte – admito – risos).

Como é delicioso presenciar o blues e o rock expressando harmonia para quem busca um som que entra no íntimo e revigora o espírito. O meu texto é uma forma simplista para expressar gratidão a tudo que essas pessoas fizeram comigo. É a lavoura atuando com seus frutos bem cuidados, todos duradouros para várias gerações. Antes eu não creditava o merecido espaço a música instrumental, um erro desagradável de admitir, tudo graças a minha ignorância em demorar a compreender a existência do universo fora da caverna. E hoje o caminho é esse para mim, sem volta. Para alguns serei taxado como chato e pedante, para outros, uma pessoa exigente e inconformada que não espera senão o melhor de algo em todos os níveis.

Joe Bonamassa (foto: internet)

Minha sugestão é essa: escutem Johnny Winter e Joe Bonamassa. Não estou preocupado por onde você começará, o meu pedido é para que esse passo seja dado, independente da obra escolhida. Não tente perguntar a quem você acredita que conhece sobre música se deve ou não escutar um desses gênios de tempos diferentes, cada sugestão que você receberá não é um norte para nada, o que realmente vale são as vibrações do seu coração. Faça esse exercício depois de ter escutado o vasto material que eles trouxeram ao mundo. O certo é que não há errado entre os dois, qualquer escolha feita será um caminho sem espaço para retorno (duvido que haja alguém divirja desse destino). Música é isso, vibrações que deixa você diferente para sempre.

Eu só agradeço por estar em 2022 com saúde e com possibilidade tecnológica de acesso às obras que ficarão marcadas para toda eternidade cultural. E tudo isso vai em direção a minha rasa teoria: são verdadeiros alienígenas que estão entre nós. Não precisa concordar comigo, a ideia que eu tenho é que você pense, isso por si só já é um sinal de movimento bem interessante para a tão esperada evolução e pertencimento em atmosferas melhores.

segunda-feira, 26 de setembro de 2022

O valor de quem respira sua própria vida

Não preciso citar que a minha opinião é favorável a banda norte-americana Guns N’ Roses. Ora, se eu for acreditar ou dar a pretensa reverência ao que escrevem certas pessoas, estarei sendo posto a uma posição de subserviência a opiniões e “decretações” diferentes das que emanam do meu coração, daí a minha “pequena” colocação” para essas pessoas que ganharam da nossa nacionalização o termo “haters”; aquele que negativamente expõe sua opinião (conforme a democracia prevê a posição, lembrando a tempo que EXISTE o contraditório), mas que tenta a todo custo angariar devotos (seguidores), sem permitir a opção própria do pensar de cada um, em justaposição à opiniões retas e sem qualquer aceno para discórdia. Se eu concordo com o emissor da opinião, estou no "céu", se eu emito uma opinião contrária, estou no "inferno"?! Não é assim que as coisas funcionam! Tudo que estou escrevendo deve ser considerado dentro de um campo de respeito mútuo, que deve ser o pontapé inicial para iniciar um bom diálogo.

Deus do céu! Quando vou a um show de rock, principalmente quando se trata de uma banda que de alguma maneira me traz recordações positivas, independente do idioma em que ela torna essa ocasião possível, eu não pago o meu ingresso pensando única e exclusivamente na condição em que os integrantes se encontram naquele momento. Se sou fã ou se sou idiota para alguns técnicos, especialistas e críticos incriticáveis pelo mundo circulante ou quadradante em que vivem, não estou me importando ou me incomodando com essas pessoas que não pagam minhas contas, não estão na minha pele, não vivem dentro do meu espírito e tampouco merecem minha atenção quando criticam algo que me faz bem. Quem são essas pessoas que escoram ou acorrentam suas opiniões em objetivos publicitários, onde a qualidade é subjugada sob seus ângulos, desprezando condições emocionais de qualquer outro ser humano que habita este planeta? Ser “ignorante” para mim é desconhecer algo e quando adquiro o ingresso no universo dessa nova aquisição cultural, entendo que a minha atual condição me transforma, portanto, o hiato de julgar as pessoas pela simples ideia em “acreditar” que ela é desprovida de um mínimo conhecimento, é no mínimo petulante, para não penetrar em um caminho com palavras menores e, por fim, não é critério para avaliar sentimento que cada pessoa tem resguardada como direito único, irrestrito e imutável de sentir quando lhe é apresentado algo que atinge o seu espírito. E sim, estou falando de música. Como criticar alguém que frequenta um show se o direito de ir e vir é respaldado por uma lei dos homens? Como criticar alguém que, honestamente, pagou seu ingresso com o valor do seu suor e ainda assim se vê diante de pessoas que criticam a sua atitude de forma direta ao ser classificada como “idiota” pela definição de ser um “fã”? Oras, se uma pessoa frequenta um show, ela é fã, admiradora e segura de si para se deslocar até aquele lugar onde está acontecendo o show. Os corajosos podem dizer o que pensam, só não me obriguem a concordar (nem toda coragem é meritória), mas os verdadeiros dirão que se trata de uma pessoa que gosta, pela razão mais subjetiva possível, daquele artista ou conjunto, numa condição razoável, em maior ou menor grau, sendo assim considerado um fã (e isso é um elogio e não uma forma de menosprezo ou redutivo de condição que minimiza o seu ser). Ser fã não é demérito, ao contrário, é uma demonstração de valor por algo que ela acredita (não se nomina certo ou errado por algo que emana da origem espiritual do ser). E se isso incomoda determinadas pessoas que preferem “julgar sem precedentes”, cuja simplicidade de valores passou distante das frias palavras que tornaram públicas a sua posição. E discordar parece algo de outro planeta para tais pessoas que acreditam piamente que suas opiniões são definitivas e finais de direções.

Em outras palavras, seja você mesmo e não tenha “ouvidos” que emanam do comunicador secular chamado “YouTyuuuube”, como assim definem aqueles que se dizem saber pronunciar essa escrita.

segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Iron Maiden em São Paulo (04/09/22)

Poster da turnê de 2022

Quando eu fui assistir pela primeira vez o show do Iron Maiden, ainda não tinha o blog, esse momento que considero um marco na minha vida “roqueira” aconteceu no dia 06 de outubro de 2019. Naquela ocasião, não havia mais ingressos pelos canais comuns e oficiais e eu já estava meio que conformado em não ir, afinal, havia optado pelo Rock Fest, evento que aconteceu em setembro daquele ano com a presença de bandas como Whitesnake, Europe, Helloween e Scorpions. Não tinha como reclamar, mesmo sabendo que não seria daquela vez que veria pessoalmente a Donzela de Ferro. Entretanto, quis o destino (com o apoio dos Deuses do Rock) que essa história fosse contada de outra forma.

Poster da turnê de 2019

Pois bem, ainda rememorando 2019, eu acessei despretensiosamente um site de fidelização de pontos do meu cartão de crédito e lá constava que eu poderia ir a Lua e voltar com tantos pontos acumulados que eu tinha. Confesso que nunca fui de ficar olhando isso, daí a minha surpresa, então comecei a procurar livros e revistas para fazer a troca. De repente me deparei com o show do Iron Maiden e boquiaberto com a informação de que havia ingressos SOMENTE na Pista Premium em troca de uma quantidade de pontos inferior ao que eu tinha disponível. Ao final de alguns cliques, recebi no meu e-mail o que para mim era mais que um ingresso: me senti com a sorte de ter tirado o cupom dourado para poder ter o direito de visitar a Fantástica Fábrica de Chocolate (1971). Bruce Dickinson era o meu Willy Wonka (Gene Wilder) naquele momento (risos).

Meu bilhete dourado: ingresso para o show do Iron

Voltando para 2022, mas sem perder de vista um passado não muito distante com aquele show surreal que foi ver de perto o Iron Maiden, posso dizer que neste ano as coisas foram mais “previsíveis”. Eu e minha amiga adquirimos o ingresso logo na primeira semana, sem dar margem para qualquer tipo de susto, já que os shows dessa banda costumam esgotar rapidamente. Isso porquê o show estava marcado para 04 de setembro de 2022 e os ingressos foram disponibilizados cinco meses antes. O único agravante é que essa venda de ingressos foi na mesma época em que o Guns N’ Roses anunciou shows no Brasil (não lembro quem anunciou primeiro), fato é que me fez fazer uma pequena “loucura” no cartão de crédito para garantir presença em ambos. Nada como um parcelamento de compra de ingressos como atrativo “sedutor” do nosso mundo contemporâneo!

Divulgação / Fonte: Iron Maiden

Nunca fui um fã de carteirinha do Iron Maiden, o meu respeito por eles e por tudo o que fizeram pela cena do heavy metal é o que me estimulou a lançar mão de todas as alternativas possíveis para garantir presença no show. Até tentei comprar o ingresso pessoalmente no dia da abertura das vendas, na bilheteria do estádio do Morumbi, mas desisti quando vi a fila que dobrava quarteirões (além do sol escaldante diante daquele mundaréu de gente – totalmente descampado -- me fez desistir da ideia e seguir pelo caminho mais caro da internet). O ingresso para a Pista Premium (inteira) foi fixado no valor de R$ 760,00 mais a taxa de conveniência. A turnê mundial da banda estava promovendo o álbum “Senjutsu”, lançado em 3 de setembro de 2021, com o alicerce dos grandes clássicos da rica história do grupo ao longo de mais de quatro décadas.

Aguardando o início do Rock in Rio 2022

Antes do show na cidade de São Paulo, o Iron Maiden tocou no Rock in Rio (02 de setembro de 2022), um show considerado por muitos (inclusive por mim) com o melhor de todo o festival (escrevo esse texto já com o evento finalizado). E a apresentação dessa “entidade do rock” pude ter uma boa noção do que esperar logo em seguida na capital paulista. Nos dias que antecederam ao show muitos canais de conteúdo no YouTube fizeram programas especiais, dentre eles o RMH Animal Records (edição de 03 de setembro de 2022), onde os roqueiros Carlos Chiaroni e Paulinho Heavy trouxeram um apanhado geral sobre a discografia da banda. Sem mais delongas, nas linhas abaixo o meu testemunho de um dia muito especial.


Carlos Chiaroni e Paulinho Heavy

Estava um frio daqueles congelantes no domingo, 04 de setembro de 2022, e considerando também o fato de ter sofrido com experiências recentes e nada agradáveis relativos à baixa temperatura no estádio do Morumbi, em jogos do meu time – São Paulo Futebol Clube – fiz uma preparação à altura do que enfrentaria naquela noite de heavy metal. Fui de metrô e cheguei bem próximo do horário da banda de abertura, os suecos do AVATAR. Eles entraram no palco por volta das 18h45 e permaneceram por aproximadamente 1 hora. Admito que não gostei dessa banda, mas nada que tenha atrapalhado a minha experiência, afinal, usei o tempo para tentar encontrar um melhor ângulo de visão e também comprar cerveja (Black Princess – oficial do evento). Havia também a cerveja que levava o nome da banda, mas nem tentei descobrir o preço dela (risos).


Antes do show

A banda entrou no palco poucos minutos após previsto, que era às 20h00, não sem antes as caixas de som tocarem a música “Doctor Doctor”, clássico do UFO, que já acompanha a banda como espécie de introdução aos shows há alguns anos. As primeiras três músicas foram do álbum Senjutsu, todas muito bem executadas e com cenários impressionantes, marca registrada da banda. Eu nem me lembrava do frio, estava aquecido com aquela atmosfera incrível que São Paulo consegue proporcionar, afinal, a nossa cidade é o local em todo o planeta em que mais se escuta Iron Maiden. A partir da quarta música foi um verdadeiro desfile de clássicos, em que apresentarei abaixo, com o respectivo álbum e ano de lançamento ao lado de cada música:

1) Senjutsu (Senjutsu - 2021)
2) Stratego (Senjutsu - 2021)
3) The Writing on the Wall (Senjutsu - 2021)
4) Revelations (Piece of Mind - 1983)
5) Blood Brothers (Brave New World - 2000)
6) Sign of the Cross (The X Factor - 1995)
7) Flight of Icarus (Piece of Mind - 1983)
8) Fear of the Dark (Fear of the Dark - 1992)
9) Hallowed Be Thy Name (The Number of the Beast - 1982)
10) The Number of the Beast (The Number of the Beast - 1982)
11) Iron Maiden (Iron Maiden - 1980)

Encore I

12) The Trooper (Piece of Mind - 1983)
13) The Clansman (Virtual XI - 1998)
14) Run to the Hills (The Number of the Beast - 1982)

Encore II

15) Aces High (Powerslave - 1984)

Com o setlist acima a banda mais uma vez provou com sobras que é uma das melhores da atualidade em termos de tudo: desde a complexidade da produção dos mais variados palcos (tudo é metricamente pensado) onde cada cenário está intimamente conectado com as músicas em execução, a parte vocal do Bruce Dickinson, que no alto dos seus 64 anos de idade, continua entregando um show perfeito, além de todos os demais integrantes, que seguem mostrando a mesma vitalidade, desafiando o poder do tempo, com qualidade irretocável e conduzindo o nome Iron Maiden após mais de quatro décadas mundo afora. Aliás, o Sr. Bruce Dickinson estava bem animado, interagiu bastante com o público, se movimentando pelo palco durante todo o concerto.

Aces High / Foto: Daniel Gonçalves

O show terminou pouco mais das 22h00, totalizando aproximadamente 2 horas de 15 minutos, o suficiente para eu sair dali energizado, com a sensação de ter emprestado ao meu espírito momentos inesquecíveis e impagáveis, de pura adrenalina e o mais completo privilégio jubilar de ter testemunhado um momento que jamais será esquecido. A noite teve mais perfeições que momentos desagradáveis, pelo lado da banda, guardo as melhores recordações, um verdadeiro privilégio vê-los novamente. O que me causou decepção foi a superlotação da Pista Premium, um espaço que deveria promover bem-estar e conforto, já que o valor é muito caro para ficar “ensanduichado” do início ao fim. Logística infeliz por parte da organização, banheiros (químicos) lotados, além da dificuldade para comprar bebidas. Pelo valor cobrado, não apenas eu, duvido que alguém tenha se sentido “confortável” num espaço em que pagou muito mais caro e o retorno disso foi exatamente o contrário.


Depois do show - com a capa "rock" de chuva

Para finalizar, deixarei abaixo o link do meu canal no YouTube, onde gravei algumas músicas do show, mais como uma peça de recordação, já que não estava nos meus planos registrar nada em vídeo. Acabei mudando de ideia por algum tipo de impulso que tomou controle sobre minhas ações. Quando um momento especial como esse termina, um misto de emoções embaralha os pensamentos, entre a satisfação e a ansiedade que se renova para que a banda não demore a retornar ao país. 

Link: Daniel Gonçalves – Roqueiro Sem Fronteiras

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Mais algumas fotos do show registradas por mim:





Até a próxima!

terça-feira, 30 de agosto de 2022

Airbourne, RF Force e Manifesto Bar: uma noite para não esquecer...

O rock é incrível, não é mesmo?! Pois bem, no último dia 28 de agosto de 2022, presenciei com o olhar atento através das lentes dos meus óculos um show memorável. A banda de rock australiana Airbourne fez uma apresentação única no Brasil, mais precisamente no Fabric Club, localizado na cidade de São Paulo. Para temperar um pouco mais o meu testemunho, contarei como conheci a banda e consequentemente fui parar no show deles. Antes de mais nada, como sugestão, acesse o canal do Airbourne no YouTube e ative a playlist das músicas deles, tenho certeza que você passará mais tempo escutando do que a inocente curiosidade por algo novo permite.

Não faz muito tempo e não lembro ao certo quando ouvi falar do Airbourne pela primeira vez. Sei que foi em 2022, talvez no programa RHM Animal Records ou através de alguma lista aleatória no YouTube Music Premium. Bom, de qualquer maneira o fato do Manifesto Bar anunciar essa banda como parte (ou grande parte) da comemoração de 28 anos do bar certamente ativou um gatilho no meu cérebro que me fez escutar mais vezes o som dos caras. Uma discografia relativamente pequena até aqui, com 5 álbuns de estúdio, o primeiro deles em 2007, com o título “Runnin’ Wild”, com 11 faixas de fio a pavio de um rock sujo e reto, quase uma extensão de uma linha do AC/DC igualmente bem executada.


Cartaz oficial do show

Certo dia, num passado bem recente (ao longo do mês de agosto de 2022), conversando virtualmente com o meu nobre amigo Fernando Kucinski, vocalista da banda cover White & Purple Tribute (dedicada às bandas Whitesnake e Deep Purple), ele me revelou que iria ao show da banda Airbourne. Fiquei interessado no assunto e fui pesquisar, descobri que havia ingressos disponíveis e motivado (ou impulsionado) pela ingestão de algumas latinhas da ótima cerveja Baden Baden IPA Puro Malte Maracujá, comprei o ingresso pela bagatela de R$ 287,50 e mais 1Kg de alimento. O processo foi através do site Bilheto, e seguido de poucos cliques, lá estava eu imprimindo o comprovante e garantindo presença em um show internacional.

Outra ótima notícia foi saber que haveria banda de abertura e não “qualquer banda de abertura”, foram confirmados os brazucas da RF Force, projeto de heavy metal clássico idealizado pelo guitarrista Rodrigo Flausino, que já possui um ótimo disco de estreia autointitulado. Se você ainda não conferiu o trabalho deles, recomendo que busque o quanto antes. É prazeroso saber que no Brasil o rock e suas vertentes continuam presentes e com potencial de crescimento bastante promissor. A semana que antecedeu o show foi uma espécie de estudo sobre o Airbourne, não me agradava em nada a ideia de chegar ao show e não saber quase nada sobre a banda.

A minha intuição não estava enganada, a entrada foi tranquila, sem fila, deixei a doação do alimento na porta com um dos seguranças que estava realizando a revista pessoal, depois disso o meu ingresso foi valiado e assim entrei no Fabric Club, um galpão relativamente grande, conservado (limpo) e com uma variação limitada de bebidas (ponto que pode ser melhorado nas próximas ocasiões). Senti falta de uma loja oficial da banda Airbourne, fui com a intenção de comprar pelo menos uma camiseta e um álbum deles. Por outro lado, a RF Force marcou presença com a venda de produtos da banda. Eu já tenho o CD deles e recentemente fui presenteado com uma camiseta da banda pelo Rodrigo Flausino.


RF Force no palco

O show de abertura da RF Force começou por volta das 18h00 e foi incrível, as músicas autorais do álbum de estreia da banda soaram mais pesadas e cativantes ao vivo. Eles já começaram explodindo tudo com “Fallen Angel”, música que ficou na minha cabeça até depois do show (não me pergunte o motivo, só sei que o refrão ficou em mim por um bom tempo). O som do local estava altíssimo, não sei se isso é bom ou ruim, ainda bem que eu estava com um fone auricular, foi a minha válvula de escape para aquele tsunami sonoro que estava sacudindo o meu corpo. Não entenda como uma crítica, rock para mim tem que ser em alta voltagem mesmo, o fone ajudou para a minha cabeça não explodir antes do Airbourne subir ao palco (risos).


RF Force

Ainda sobre a RF Force, fizeram um medley muito oportuno com trechos de faixas das bandas Accept, DIO, Iron Maiden e Judas Priest. Uma banda com músicos de extrema competência: Marcelo Saracino (voz), Rodrigo Flausino (guitarra), Ricardo Flausino (baixo), Daniel Iasbeck (guitarra) e Lucas Emidio (bateria). A banda possui uma linha de som direcionadas para o heavy metal clássico, mas com elementos seculares, que soa muito bem na potência que um show ao vivo exige. O público gostou do que viu, muita gente extasiada e com o sangue fervendo para uma noite que estava apenas começando.

Não muito tempo depois, tudo estava pronto para receber o que facilmente classifico como AC/DC “moderno” e antes que o relógio combinasse os ponteiros para o anúncio das 20h00 o palco veio a baixo com um terremoto sonoro vindo das caixas de som Marshall ali postadas. A música de abertura foi um bombardeio sem precedentes (Ready to Rock), um cartão de visitas que nem precisava ser mostrado, praticamente um “pé na porta” para chegar arregaçando com tudo. O público foi ao delírio, já devidamente aquecidos pelo show que a RF Force ofereceu antes.


Com o meu amigo Fernando Kucinski (à esquerda)

Não deu tempo para respirar, olhar para o lado ou qualquer outra ação que não fosse ficar com o “saco de ossos” voltados para o palco. O vocalista Joel O’Keeffe usava uma calça com aqueles “rasgos” típicos de roqueiro desencanado, sem camisa e levando consigo uma guitarra que na hora me veio a cabeça a imagem da lenda viva Angus Young (AC/DC). A performance vocal me trouxe outra lembrança, dessa vez do onipresente Bon Scott (que pertenceu a fase de ouro do AC/DC) e que deixou este mundo precocemente em 1980. O som estava em alta voltagem (tomando emprestado o nome do álbum do AC/DC “High Voltage”, de 1976). Mas todas as comparações que estou fazendo são positivas, rememorar uma banda que já está no Olimpo é motivo de satisfação, e o Airbourne possui um som próprio que por vezes resgata influências do passado.


Airbourne em ação

Tentei (e consegui) gravar alguns vídeos para recordação e também dividir com os roqueiros e não roqueiros de meu convívio próximo e distantes (das redes sociais). Em breve estarão todos no meu canal no YouTube (basta pesquisar por “Roqueiro Sem Fronteiras”). Cada música executada carregava um solo de guitarra estendido e com os demais integrantes plenamente harmonizados e as erupções sonoras expelidas de seus instrumentos era reverberante naquele galpão. Além do icônico vocalista e guitarrista, a banda conta com Ryan O’Keeffe na bateria, Harri Harrison na guitarra base e voz de apoio e por fim, não menos importante, temos Justin Street no contrabaixo e acumulando com o vocal de apoio. Teve um certo momento que o Joel O’Keeffe saiu do palco e entrou na área do público, para agitar sobre o balcão do bar, o que levou o público a enlouquecer completamente.


Momento "barman"

Como tudo que é bom dura pouco, o show foi se encaminhando para o final, não antes da banda levar para o palco uma pequena mesa com rodinhas carregando dezenas de copos de plástico contendo cerveja e uísque e fazer a alegria da galera atirando para todos os lados para ver quem conseguia segurar o copo sem derrubar. Um pouco dessa cerveja me atingiu (risos), e para delírio de todos, uma distribuição de uísque Jack Daniel’s no gargalo foi oferecido pelo próprio frontman para quem estava rente ao palco. Algumas músicas foram emendadas umas nas outras, mostrando que show estava em um nível totalmente surreal, onde o 100% era pouco perto da energia que aquele palco e pista ofereciam. Até em shows em grandes arenas e estádios existe um momento de “recuperação”, onde uso para ir ao banheiro e me restabelecer. O que se viu no Fabric Club foi algo inédito para mim, eu não queria perder um só segundo daquilo.


Rock N' Roll em alta voltagem

A banda encerrou com a música “Runnin’ Wild”, que eu tive a oportunidade de gravar na íntegra, com o tradicional “bate-cabeça” sendo habilmente orquestrado pelo incrível Joel O’Keeffe. Um show que durou cerca de 1h30min, em que o Airbourne mostrou para mim e para os que estavam ali presentes que o rock é insuperável, imponderável e que traduz em cada instrumento um resultado indiscutível de prazer pela música. E outra coisa bem legal disso é que o meu amigo Fernando Kucinski presenciou tudo isso e não me deixa mentir!


Músicas tocadas no show (Fonte: Setlist FM)
Músicas tocadas no show (Fonte: Setlist FM)

Parabéns ao Manifesto Bar pelos 28 anos de existência e a banda Airbourne por me proporcionar um momento mágico que certamente não esquecerei.

domingo, 26 de junho de 2022

Reflexões e algumas novidades


Por vezes me senti incapaz em escrever neste blog pelo simples fato de acreditar que não estava produzindo um bom texto para as pessoas lerem. Falta de confiança? Talvez. O importante é que eu superei essa condição de acreditar que não estava fazendo algo minimamente relevante e aqui estou, de volta para conversar com vocês. Sou uma pessoa que me cuido bastante, mas por ser humano, não sou infalível, e assim acabei pegando a COVID-19, passei por uns oito ou nove dias numa condição de saúde jamais pensada antes. Venci esse difícil obstáculo, com apoio familiar imprescindível e uma disciplina sem exceções que fez a minha recuperação se concretizar.

Desde a última vez que escrevi para o meu despretensioso blog, aconteceram tantas coisas, é como se eu tivesse passado umas férias em outro planeta e retornado a um mundo diferente daquele de outrora em que postei o meu último texto. Para a música, garanto que foi melhor, onde eu fiz importantes descobertas, pude ver além das lentes dos meus óculos um emaranhado de bandas com qualidades superiores às deficiências. Deixarei claro que não sigo ordem específica, pode ser que eu cite bandas que descobri ontem e aquela que surgiu há mais tempo seja mencionada em postagens futuras. Não existe uma ordem específica, existe um sentimento indescritível pela música que me causa prazer.

O mundo não para, enquanto eu durmo tantas coisas acontecem a ponto de eu ficar para trás, no entanto, a vida nos permite muitas oportunidades, independente se o trabalho musical foi produzido nos anos 70 ou lançado antes de ontem, temos a chance de acessar pela internet quando quisermos. Não existe música velha para mim, existem terrenos não explorados. Se eu não descobri o som, pouco importa o ano em que ele conheceu a luz do dia. Para seguir, estou na terceira garrafa long neck da ótima cerveja belga Blue Moon. O tom alaranjado dessa cerveja é tão atraente que vejo sua cor em pensamentos (bebo muito socialmente, mais dentro de casa do que em qualquer outro ambiente). Chega de delongas, vamos ao que interessa!

A banda Vypera foi uma estrondosa surpresa para mim, com endereço na pequena cidade de Sandviken (Suécia), é para mim uma das melhores surpresas no ano de 2022. Sem a informação do Programa RMH (clique aqui), conversa de bar no bar do mais alto nível, dificilmente eu encontraria essa banda, que para mim é mais uma pela qual farei todo o possível para acompanhar. Sem esquecer, quero deixar registrado que o programa deles é gravado no Malta Rock Bar, localizado na zona sul da cidade de São Paulo (ao lado da estação do metrô Praça da Árvore). Eu estou constantemente sendo surpreendido, posso exemplificar ao conhecer essa banda, que me cativo desde a primeira faixa. Os caras estão debutando com o álbum chamado “Eat Your Heart Out”, lançado em 17 de junho de 2022. Escutei esse disco umas três vezes na íntegra, nem preciso dizer que vou comprar com o pessoal da Animal Records.

A banda seguinte é o que eu espero de uma banda de rock: atitude, presença, energia e qualidade. Estou falando do último trabalho de estúdio do finlandês Michael Monroe, com o álbum “I Live Too Fast to Die Young”, lançado no dia 10 de junho de 2022. São onze faixas contagiantes, com energia que falta em tantos outros álbuns de hard rock. Músicas ritmadas, com guitarras fortes e solos bem definidos (sem fritadas, mas com melodia). Michael Monroe não precisa provar mais nada para ninguém, só que ele faz exatamente o contrário e no alto dos seus sessenta anos, se reinventa para melhor a cada dia. Sou fã desse cara, pesquisem por shows dele no YouTube.

Página inicial do site Valhall

Não posso deixar de mencionar o site Valhall Music (www.valhallmusic.com.br), que possui um acervo incrível de mídias físicas de bandas de rock e todas as vertentes possíveis (como Heavy Metal, Thrash Metal, Doom Metal, Sinfonic Metal e tantos outros subgêneros do rock). Eu costumo comprar deles através da plataforma Shopee, e pelo fato da loja estar localizada em São Paulo, quase sempre recebo rapidamente as minhas encomendas. É uma propaganda que merece ser feita, pois eles enviam os itens muito bem embalados, sempre com o objetivo em promover a melhor experiência e satisfação possíveis do consumidor.

Carlos Chiarni e Paulinho Heavy
Carlos Chiaroni e Paulinho Heavy, durante o Programa RMH

Para finalizar, o meu agradecimento à algumas pessoas que possuem um significado especial para mim nesta altura dos meus 37 anos de vida (não citarei família por motivos óbvios, esses estão fora de qualquer ranking): Paulinho Heavy, o meu Mestre do Rock, suas informações e histórias me deixaram tremendamente melhor de um ano e meio para cá, o Carlos Chiaroni (dono da loja Animal Records, localizada na Galeria do Rock, em São Paulo) com sua vasta experiência por tudo que se refere o universo do rock, com vivências e conhecimento que só turbinaram o meu apetite por rock, o Fernando Rock, outro Mestre do Rock que a vida colocou em meu caminho, que me concedeu o certificado simbólico de “Gafanhoto do Rock” há cerca de 6 anos atrás, quando nossa amizade debutou neste mundo, além de outra pessoa que prefiro deixar no anonimato, mas que é um verdadeiro anjo da guarda em minha vida.

No próximo texto, falarei de outras boas descobertas!